Já não é novidade que a ação humana, seja no contexto do trabalho ou da vida cotidiana, tem causado grandes impactos ambientais. Além disso, está ficando cada dia mais evidente que não temos mais muito tempo para mudar nossas posturas e tentar restabelecer o equilíbrio ambiental ou, pelo menos, reduzir os danos.
Nesse contexto, diversas ferramentas, métodos e práticas têm surgido como uma alternativa para tentar minimizar esses problemas. A recuperação ambiental é uma delas. Então, eu te pergunto: você sabe o que ela significa e como funciona?
Caso ainda não conheça esse processo, continue a leitura. Explicaremos a seguir as principais informações sobre o tema.
O que é recuperação ambiental?
A recuperação ambiental, ou Recuperação de Áreas Degradadas, pode ser definida como um conjunto de práticas e atividades que têm como objetivo proporcionar ao ambiente o retorno às suas características naturais, envolvendo a recuperação do meio biótico e físico. Como sabemos, atividades como a agropastoril e a indústria, por exemplo, podem acabar degradando o meio ambiente e extinguindo os seus recursos.
Dessa forma, a recuperação ambiental age no sentido de restaurar os processos naturais, reproduzindo-os, para que o meio ambiente possa reestabelecer suas características de maneira mais rápida e equilibrada. Assim, a área recuperada pode ter um novo uso produtivo, desde que seja de forma sustentável.
Resumindo: a recuperação ambiental promove a sucessão de elementos como solo, microflora, flora e fauna para que a área recuperada reencontre seu estado de equilíbrio.
Recuperação ambiental: o que diz a legislação
Esse processo de recuperação está previsto na Constituição Federal Brasileira, em seu artigo 225 e na Política Nacional de Meio Ambiente, que estabelece em seus princípios a recuperação de áreas degradadas.
Assim, a recuperação ambiental precisa cumprir as diretrizes de uso e ocupação do solo, de acordo com as normas vigentes nos instrumentos legais. Por isso, a presença de um especialista é fundamental para garantir que as normas que constam, por exemplo, no plano diretor, projeto urbanístico, projeto paisagístico e nos demais instrumentos legais, sejam cumpridas.
Como funciona
Para elaborar projetos de recuperação ambiental eficientes é preciso pensar considerando todo o contexto do ecossistema que será recuperado. Isso deve envolver sua estrutura atual, bem como os aspectos que necessitarão de reestruturação física, a partir de diagnósticos precisos, aliados aos conhecimentos de sucessão para acelerar os processos naturais da área.
Nesse contexto, é importante destacar a importância desse estudo contextualizado, ou seja, pensado para cada área e suas respectivas características porque, geralmente, no Brasil, opta-se por usar receitas generalistas e isso acaba comprometendo a qualidade dos projetos de recuperação ambiental.
Ao desenvolver um projeto desse tipo, é preciso analisar questões como espécies mais adequadas para o ambiente, densidade de plantio ou semeio, tipo de semente, estacas ou mudas, cronograma de implantação, entre outros fatores que devem ser estudados para que o projeto atenda todas as necessidades específicas daquela área.
Além disso, é recomendado utilizar apenas espécies nativas da região, assim como dar prioridade a espécies pioneiras, apostando na diversidade e fazendo as escolhas com base em estudos florísticos e fitossociológicos.
Modelos de recuperação
Agora que já deu para entender melhor o que é e como funciona a recuperação ambiental, é preciso conhecer alguns modelos de recuperação que podem ser utilizados. Alguns deles são:
Condução da regeneração natural;
Plantio de mudas;
Recuperação com espécies pioneiras;
Formação de ilhas de diversidade (Nucleação);
Modelo sucessional - plantio em linhas alternadas;
Modelo sucessional - plantios em módulos;
Indução da chuva de sementes.
Esses são apenas alguns modelos possíveis, mas existem outras alternativas que devem ser analisadas para garantir que a mais adequada seja escolhida.
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