Lógica Assessoria Ambiental Inteligente

Escrito por Alana Foltz
Analista Ambiental
15.12.2019

O saneamento básico é um direito da população. Está assegurado na Constituição Federal, regulamentado por meio da Lei 11.445/2007, e constitui-se como sendo um conjunto de serviços, estando entre eles o tratamento do esgoto. 

No Brasil, 48% da população não tem acesso ao serviço de coleta de esgoto. Mesmo que o tratamento de esgoto seja um fator fundamental para a saúde pública, apenas 10% de todo o esgoto coletado no país é tratado.

A falta de coleta de esgoto é um problema ambiental. O esgoto não tratado contamina a água e o solo, já que escoa para os rios e mares. Também gera desequilíbrio no ecossistema, pois pode matar espécies da fauna e da flora. Além disso, pode transmitir diversas doenças, sobretudo às crianças. 

O esgoto não tratado pode transmitir doenças parasitárias e infecciosas, entre elas febre tifóide, cólera, disenteria, hepatite infecciosa, verminoses, esquistossomose, leptospirose e piodermites. Estas doenças atingem sobretudo a saúde infantil e frequentemente são fatais, principalmente em áreas mais carentes, onde a desnutrição é comum e a população não tem acesso a esse serviço. 

Universalizar o acesso da população ao saneamento básico é urgente. É uma medida que gera qualidade de vida e desenvolvimento humano, assim como pode evitar prejuízos financeiros. Sobretudo, aumenta produtividade e valorização das áreas cobertas por este serviço básico. 

 

Como é realizado o tratamento do esgoto?

 

Esgoto é toda a água que foi utilizada para as atividades humanas, como descarga de vasos sanitários, banhos, lavagem de roupas e louças, entre outros. Ele vem de casas, lojas, indústrias e qualquer outro tipo de empreendimento, urbano ou não. Junto com os dejetos humanos, o esgoto contém inúmeros microrganismos, como bactérias, vírus, vermes e protozoários. 

O esgoto deve ser tratado por meio de um processo que torna a água novamente própria para o uso ou para retornar ao meio ambiente, sem que ofereça riscos. Este processo passa por etapas químicas e biológicas a fim de realizar a decomposição dos resíduos. O procedimento para despoluição costuma levar até vinte dias para ser concluído.

A água suja chega a uma Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) e passa por vários tipos de tratamentos. Essas etapas são variáveis de acordo com o tipo de esgoto a ser tratado. 

Como exemplo, confira as etapas adotadas pela Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp) para o tratamento de esgoto doméstico (gerado nas casas):

Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente (RAFA): um reator fechado é responsável por decompor os dejetos por meio de bactérias anaeróbicas. Depois dessa etapa, a água pode ficar até 75% despoluída. 

Lagoa facultativa: nesta etapa, bactérias aeróbias e anaeróbias oxidam os resíduos orgânicos. A lagoa pode possuir entre 1,5 e 3 metros de profundidade.

Lagoa anaeróbia: nesta fase é adicionada matéria orgânica e mais uma vez as bactérias anaeróbias participam do processo. Para reduzir a luz, a lagoa deve medir entre 2,5 e 4 metros de profundidade.

Baias e valas de infiltração: a água passa por um filtro feito de rochas e areia.

Flotação: nesta etapa adiciona-se à água uma substância coagulante. A água é submetida a um processo de pressurização que forma bolhas que unem as partículas flutuantes.

Lagoa de maturação: trata-se da última etapa. A radiação ultravioleta da luz solar inativa as bactérias e vírus da água. Para aproveitar melhor a incidência do sol, a lagoa deve ser rasa, não passando dos 2,5 metros de profundidade.

O processo descrito acima foi pensado para cidades como São Paulo. Para cidades de menor porte há outras maneiras mais ecológicas e de menor custo. 

A fossa séptica é uma boa alternativa para as zonas rurais, por exemplo, onde a coleta e o tratamento de esgoto em ETE torna-se inviável economicamente em virtude da distância entre as casas. O sistema é simples: os dejetos vão para um tanque feito de alvenaria, concreto ou outro material igualmente resistente. Por meio de um processo de decantação, os resíduos sólidos são depositados no fundo do tanque para que as bactérias anaeróbias façam a decomposição deste material. 

Este sistema deve ser utilizado apenas para os dejetos dos vasos sanitários. Não é adequado para resíduos líquidos vindos de pias e ralos, pois a química contida nos produtos de limpeza pode matar as bactérias. 

Para construir a fossa séptica há que se adotar rigorosamente as medidas de segurança. Fossas mal construídas podem contaminar o solo e o lençol freático, transmitindo doenças para os seres humanos e os animais. O mais importante é que seja encontrada alguma solução para o tratamento de esgoto, seja coletiva ou individual, pois esse trabalho é essencial para o pleno desenvolvimento humano em sociedade e para a proteção do meio ambiente. 

Com uma equipe de especialistas multidisciplinar, a Lógica Assessoria Ambiental está preparada para prestar assessoria técnica na área e elaborar planos de saneamento básico.

Interessado em contar com nossos serviços? Clique AQUI (link para WhatsApp) e converse com a nossa equipe!

 

Conheça nossos serviços